quarta-feira, maio 28

vídeo arte


Desde o início do século XX, a população já começara a se acostumar com a imagem movimento. O aparecimento dos “mass media” já havia despertado a preocupação de Bertolt Bretch. Ao contrário do artista plástico Marinetti, o teatrólogo e poeta despertava a atenção para o poder político-ideológico dos novos meios de comunicação.

Os anos 60 marcam o aparecimento do vídeo, que desde logo apresenta particularidades em relação ao cinema e à TV: o vídeo capta diretamente o material audiovisual para um código analógico ou digital, assim a gravação e o armazenamento conjugam o mesmo espaço. O caráter analógico da TV, bem como o mecânico do cinema, necessitam de um aparato técnico especial para reproduzir o que está gravado na fita magnética e no fotograma, ao contrário do vídeo digital que, depois de capturado, pode ser transferido para um computador onde será finalizado. Isso demonstra uma enorme economia na escala de produção, pois a manipulação da imagem depende apenas do desenvolvimento de hardwares, ou seja, do atual desenvolvimento tecnológico de uma nação.

Em 1967, A Sony foi a primeira a comercializar o aparelho de vídeo analógico. A máquina de filmar e o gravador de som eram construídos por aparelhos separados. Em 1983, surgiu a camcorder que fez a união entre esses dois aparelhos.

A Vídeo Arte surge assim no contexto dos protestos anti-guerras, os movimentos feminista e estudantil, movimento para a libertação da América Negra, etc. De acordo com a necessidade da época, a tecnologia do feedback possibilitou as transmissões ao vivo. O vídeo promoveu assim uma realidade concreta da imagem, ao contrário do ilusionismo da televisão e do cinema.
Desde 1950, era debatida a valorização do corpo como performance. Por volta de 1970, os artistas, que rompiam com o caráter realista da obra de arte, centravam-se no corpo como material estético, superfície de projeção, indicador de estados mentais.

O movimento feminista encontra também expoentes na Vídeo art. Em 1978 “Technology/Transformation: Wonder Woman” Sara Birnbaum deu início ao debate sobre a imagem das mulheres na sociedade e nos mídeas, assim como e ao retrato da feminilidade, que adquiriu as formas mais variadas possíveis nas décadas seguintes.

O cinema, devido a sua teoria da montagem e ao estudo sobre o olhar subjetivo da câmera, desde o século XX fornece estímulos para a formação da Vídeo Art. O cineasta Jean-Luc Godard foi o primeiro a realizar a união entre elementos cinematográficos e vídeo. Em meados dos anos 90 o movimento Dogma foi o primeiro a estipular o vídeo digital como forma de captação obrigatória para a realização do filme.

Desde o início, percebe-se que a Vídeo Art sempre esteve relacionada com outras linguagens artísticas e com outros meios de comunicação como a televisão, a performance, a escultura e o cinema.

Com a evolução tecnológica trazendo continuamente ao mercado novos meios de mídias, arquivos, processadores, capturadores e exibidores de vídeo e afins, o futuro do cinema, do vídeo, e principalmente da Vídeo Arte está sendo escrito dia-a-dia.

Podemos dizer que no Brasil a Vídeo Arte ainda não tem uma ressonância significativa, mas já percebe-se uma aproximação de alguns artistas brasileiros, que, levados ou não pelas facilidades tecnológicas, começam a se expressar através dessa arte fascinante, indefinida e extremamente atual.

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